Por que ir à escola desde pequeno?

ESCOLA 2Mandar o filho ainda pequeno para escola é uma boa opção? O pedagogo alemão Friedrich Froebel (1782-1852) já defendia: “Por meio da educação, a criança vai se reconhecer como membro vivo do todo”. Froebel é criador do jardim de infância, destinado aos menores de 8 anos, por considerar o início da infância como fase decisiva na formação de uma pessoa. Para ele, a criança é como uma planta em sua fase de crescimento, que exige cuidados diários do jardineiro (professor) para que possa evoluir de maneira saudável.

Até hoje, muitas das suas técnicas são aplicadas na Educação Infantil. Friedrich Froebel foi o primeiro educador a utilizar brinquedos como atividade nas escolas. Para ele, brincadeiras é o primeiro recurso no caminho da aprendizagem. Mais do que uma simples diversão, é um modo de criar representações do mundo concreto com a finalidade de entendê-lo. O pedagogo alemão entende que o desenvolvimento é dividido em cinco fases: infância, meninice, puberdade, mocidade e maturidade.

Em 2007, pesquisadores norte-americanos monitoraram 1.300 crianças, da maternidade aos 12 anos, a cada quatro meses. Metade delas ficou em casa até os 5 anos, entregue aos cuidados da mãe ou de uma babá, enquanto a outra parte frequentou a escola. Até a chegada da pré-adolescência, os dois grupos foram submetidos a provas para medir o desempenho escolar. Resultado: os estudantes enviados ao jardim-de-infância, antes do ensino fundamental, obtiveram melhor desempenho em todas as disciplinas testadas.

ESCOLA 3O estudo patrocinado pelo governo norte-americano ainda traz outro dado interessante. A idade ideal para matricular o filho na escola é a partir dos 3 anos. Antes disso, o que mais pesa a favor do desenvolvimento intelectual da criança são afeto e atenção individual.

Os especialistas afirmam que o ingresso da criança ainda pequena na educação infantil favorece sua autonomia, antecipa o aprendizado e propicia ampliação dos círculos de relacionamento e situações que talvez não fossem possíveis em casa. Ela aprende a esperar, dividir, faz relações, amplia conceitos, vocabulário e compreende o que é necessário para a convivência em grupo. Resta agora aos pesquisadores avaliarem quais são as possíveis consequências no que se diz respeito ao desenvolvimento emocional.

No Brasil, a educação infantil, etapa inicial da educação básica, recebe crianças de zero a 5 anos. Na primeira fase de desenvolvimento, do zero aos 3, as crianças são atendidas em creches ou instituições de ensino semelhantes até 6 anos completos. Após isso, são matriculadas no primeiro ano do ensino fundamental.

De acordo com o governo federal, na última década, crianças de 4 a 5 anos, idade correspondente a pré-escola, foram as que mais tiveram avanço significativo no acesso à educação básica. O percentual nessa faixa etária evoluiu de 72,5% em 2005, para 89,1% em 2014, o que representa variação de quase 17 pontos percentuais.

ESCOLA 4Também ficou constatado avanço no acesso à educação básica para as crianças e jovens de 4 a 17 anos, passando de 89,5% para 93,6% entre 2005 e 2014, aumento de quatro pontos percentuais no período.

Os dados são de levantamento divulgado em janeiro pela organização não-governamental Todos Pela Educação, feito com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A pesquisa tem como objetivo monitorar e garantir que toda criança e jovem de 4 a 17 anos frequente a escola. A meta estabelece que, até o ano de 2022, 98% dessas crianças e jovens estejam matriculadas na escola ou ter concluído o ensino médio.

Estar na escola é direito de toda criança desde seu nascimento. O acesso ao ensino está assegurado pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e registrado também na Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB).

Revista Condomínios & Residências 

setembro/2016